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Aug 29, 2023

Uma fuga maciça de cérebros de trabalhadores em fuga está perturbando a economia da Rússia: NPR

Stacey Vanek Smith

Alexandra Prokopenko posa em uma maratona na Rússia. Ela costumava correr no Parque Meshchersky de Moscou o tempo todo: era seu lugar favorito na cidade. Mas ela tem dúvidas de que o verá novamente, pelo menos em um futuro próximo. Pouco depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, ela deixou seu país, junto com centenas de milhares de seus pares. Alexandra Prokopenko ocultar legenda

Alexandra Prokopenko posa em uma maratona na Rússia. Ela costumava correr no Parque Meshchersky de Moscou o tempo todo: era seu lugar favorito na cidade. Mas ela tem dúvidas de que o verá novamente, pelo menos em um futuro próximo. Pouco depois da invasão da Ucrânia pela Rússia, ela deixou seu país, junto com centenas de milhares de seus pares.

Alexandra Prokopenko cresceu em Moscou. Ela sempre foi fascinada por economia: dinheiro, negócios, o modo como as economias funcionavam.

Há alguns anos, ela conseguiu o emprego dos sonhos como consultora no banco central da Rússia em Moscou.

Prokopenko amava Moscou. A cidade era vibrante e bonita — cheia de restaurantes, música e cultura. Mas, de longe, seu lugar favorito era o Meshchersky Park, uma floresta gigante na cidade, onde Prokopenko iria correr.

"Era meu lugar favorito. Sempre me senti muito bem lá", lembra ela.

Mas as corridas de Meshchersky de Prokopenko são coisa do passado. Ela deixou Moscou, assim como seu emprego no banco central, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Prokopenko agora trabalha no Conselho Alemão de Relações Exteriores. Seu foco ainda é a economia russa – ela publica novas análises e dados toda semana.

Ela diz que está feliz por estar lá, mas não é um lar.

"Sinto muita falta de Moscou", diz ela. "Sinto falta de Moscou todos os dias."

Prokopenko faz parte de uma onda massiva de jovens russos que fugiram de seu país. Embora seja difícil obter números concretos, estima-se que centenas de milhares tenham deixado a Rússia desde a invasão da Ucrânia.

Isso contribuiu para uma redução na força de trabalho da Rússia.

De acordo com uma estimativa, mais de 1,3 milhão de russos com menos de 35 anos deixaram a força de trabalho russa apenas no ano passado, embora esse número possa incluir outros fatores, como trabalhadores assumindo empregos não registrados oficialmente nas estatísticas.

Alexandra Prokopenko tinha um emprego dos sonhos no banco central da Rússia em Moscou, uma cidade que ela amava. Alexandra Prokopenko ocultar legenda

Especialmente entre aqueles que fugiram do país estão trabalhadores educados com habilidades em demanda, como engenharia ou programação de computadores. Essa perda maciça de talentos parece ser uma das maiores consequências econômicas da invasão da Ucrânia pela Rússia.

"Acho que as autoridades russas não vão admitir isso, mas vimos uma enorme fuga de cérebros", diz Prokopenko.

Mesmo antes da invasão, a Rússia enfrentava escassez de mão de obra: empresas e fábricas reclamavam que não conseguiam encontrar os trabalhadores de que precisavam.

"Agora é uma crise demográfica total", diz Oleg Itskhoki, economista da Universidade da Califórnia, em Los Angeles.

Itskhoki diz que isso representa um grande problema para a economia da Rússia: sem trabalhadores, muitas empresas e negócios estão tendo que reduzir ou até fechar completamente.

Mas a escassez de mão de obra não é o único problema enfrentado pela economia russa.

Em 2022, a economia da Rússia se manteve forte apesar das duras sanções, ganhando o apelido de "fortaleza da Rússia". Muito dessa resistência econômica veio dos preços do petróleo. A invasão da Ucrânia causou um pânico global que empurrou o preço do petróleo para cima.

A Rússia conseguiu vender seu petróleo para China e Índia, entre outros. E muitas das sanções contra a venda de petróleo e gás natural para a Europa só entraram em vigor no final do ano passado.

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